30 de junho de 2009

Jardim

Chegou a Flor Margarida, mulher de Cravo,
Que depois deixou Rosa a ver migalhas de niilismo.
Mas assim mesmo as outras a tratam com tom de meretriz.
A pobre recalcada Flor de Maio, espera Julho, ou Júlio,
O homem que rega as plantas
Em linha octogonal no jardim de Marias.
Marias-sem-vergonha que aguardam a prima Vera,
Para poder se mostrar mais do que os pobres Lírios
Em cores que eles nunca um dia sequer sonharão em ter.

Obra

Organizo-me em um meio que não entendo,
Caixas de metal com rodas que movem pessoas,
Cubos de carbono que interligam pessoas ao redor do mundo.
É difícil dizer o que vai ser daqui para frente para nós.
Se nosso mundo hoje se torna submundo.

Hoje já não sei mais se estamos livres,
Ou se estamos presos em um calabouço às escuras.
O livre verso já não tem mais o apreço de outros tempos
E a verdade mascarada, nos chega por meios atrofiados,

E depois de toda uma conversa, reles papo analítico,
Surge uma pergunta:
- Hoje ainda existe senso crítico?

23 de junho de 2009

Sonhador

O dia nascendo, novas vidas surgindo,
O sol reluzente na parede, outro de mim,
Não fácil de identificar,
Escuro como meu interior,
Como o meu amor,
Porém, é um outro que ao meu lado sempre está,
Diferente de você, diferente de mim mesmo.
Inconscientemente, fui me perdendo no vão do mundo.
Sem ter onde ir, nem quando chegar,
Eu caminho,
Caminho constantemente, brigando com minha mente, tropeçando em minha sombra,
Procurando algum lugar,
Algum abrigo, um refugio dentro de mim,
Onde eu possa me esconder, e não tenha que lutar.

Tendo a lua como ,teto
E o vento como coberta,
Eu me deito.
Me deito e adormeço,
Na longa espera de um recomeço,
No inicio de um novo tempo,
De um nova era que virá.

Senso Comum

De uma vez por todas perdi meu senso estético.
Vejo beleza no nu, na releitura.
Caí de cabeça em ritmo pop art, sem critérios.
Mas conflitos à parte, é difícil saber o que é belo, realmente;
Se belo à nós é o consenso,
Não quero fazer parte dessa gente.
Minha mente vai muito além desses preceitos,
Ao contrário deste povo, absorvente,
Em um país emergente.

22 de junho de 2009

Contrastante Porto Alegre

Impressiono-me com o visual de minha Porto Alegre
Tão bonita e tão diversa.
Do homem de gravata, ao pedinte em uma esquina.
Da avenida arborizada à viela de chão batido.
Dos ladrilhos na Rua da Praia, preto e branco.
Ao contraste árvores-céu, simples, colorido.

20 de junho de 2009

Infidelidade

Por causa de belos olhos,
O que era errado foi feito,
Deixei-me levar, na imensidão daquele azul,
Aquele azul celeste, claro como o absinto,
Que me embriaga a cada olhar,
Possuo seu corpo, com um certo desejo incontrolável,
A vontade de ter você só para mim, aumenta a cada beijo.

Não consigo mais conviver com a ideia de dividir você com outro,
Preciso sentir teu perfume ao acordar,
Teu sexo, domina minha mente,
Me faz delirar de prazer, por horas intensas,
Teu cheiro misturado ao meu,
Gotas de suor pingam, de minha cama.

Mas agora você se foi,
Cansou do perigo, voltou para sua vida normal,
Sinto teus beijos, que na minha alma ainda gritam,
Te ligo, você desliga,
Achas que acredito, que me esqueceste?
Sei que meu desejo é o mesmo que o teu,
Noites mal dormidas,
O corpo sofrendo e vibrando na abstenção do teu,
Será que teu gosto, nunca mais irei sentir?
Ora, não seja fraca, se entregue,
Se entregue de vez a este sentimento, que és mais forte que nós mesmos,
Não se prenda, por causa de burocracias,

Lembro de você sobre a cama,
Com suas curvas a me seduzir,
Sinto falta de esperar-te, no inesperado,
Para que juntos cometamos um crime,
Crime delicioso, e que por você,
Eu apodreceria atrás das grades,
Crime esse que todos chamam de adultério.

19 de junho de 2009

Rápida Estrofe

Um rosto límpido em minha frente,
De certo modo jovem e enérgico em meio a meu universo.
Por fim me dei conta afinal.
Que era meu rosto, e que este era somente mais um verso.



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Peço desculpas pelo tempo sem postar, ultimamente está difícil para mim escrever com conteúdo realmente bom... mas enquanto a inspiração me fugiu, vou seguir postando o que me vem à mente.

Foi! Deu!

8 de junho de 2009

Estátua Viva #2

A estátua viva que sempre é de um tom cinza,
Eu nem imaginava que a veria neste frio.
Enquanto todos passam em tons de elegância,
A estátua dantes cinza, agora é roxa.

5 de junho de 2009

Lugares por ai

Sem saber ao certo, a onde ir,
Observo diversas coisas,
Porém, fico parado, inerte.
E mesmo assim, ando por vários lugares,
Vejo muitas coisas, por onde ando.
Na maioria das vezes, acompanhado,
Pois como diria o ditado: "De que vale andar, se não há ninguém para lhe acompanhar".
Passeio, vago por ai, ao lado de belas mulheres, Loiras, morenas, negras, ruivas...
Mulheres de todo o tipo.
Passeio ao lado de homens também,
Ora! não sejamos preconceituosos pessoal.
Sem saber onde ir,
E nem quando chegar.
Eu passeio,
Parado, inerte, imóvel,
Dentro da lotação.

4 de junho de 2009

Doce menina

Tem dias que eu à vejo,
Com seus passos calmos, a caminhar pela rua,
Não sei o que se passa dentro de mim,
Pois é apenas uma garota,
Mas que tem o poder de balançar todo o meu ser.
Beleza nesta garota não falta,
Muito menos delicadeza,
Pois é incrível como, mistura doçura com malícia,
Sem exageros.
A simetria de teu rosto,
encaixa perfeitamente com teu olhar,
Teu olhar misterioso, provocante,
E que me faz desejar, intensamente,
Que estes olhos, fiquem próximos aos meus,
Assim como tua boca.

3 de junho de 2009

Ganja

Meu remédio é natural,
Eu mesmo colho,
Eu mesmo preparo,
Com minhas mãos eu vou soltando pouco a pouco,
Para que esteja bom para eu usar.
Muitos falam mal,
Acham ele desnecessário,
Mas eu os entendo, não sabem apreciar o que é natural.
Ele me trás paz, me causa alívio,
Me leva para outra dimensão,
Saio de mim, e consigo enxergar o que realmente importa.
Meu remédio, não me traz complicações.
E sim me acalma em diversas, situações,
Não fale mal, do que não conhece,
Não julgue, quem você não conhece,
Ou melhor nunca julgue.
Viva sua vida,
Pois enquanto você toma seu anti-depressivo,
Fuma seu cigarro,
Toma seus remédio para emagrecer,
Eu apenas uso o que Jah nos deu,
Nada mais,
Me deixe com minhas ervas medicinais.

Palavriando

O vento voa, porque é livre,
O livre voa, porque tem "asas",
A liberdade esta em pequenas coisas,
As pequenas coisas, são notadas com o tempo.
Assim como a liberdade.
Aos poucos você descobrirá,
Que você só não voa, por que não quer,
E não porque não tem asa.

1 de junho de 2009

Frieza

Nesse frio, típico de inverno,
Porém não típico de teu caráter,
Vejo-me a lembrar de tua face.
Tua face que transmite o único calor neste forte inverno.

Frio contínuo, mas que sinto por fora.
Intensamente um calor internamente.
Mas que vindo de ti, já me basta. Por hora.