26 de setembro de 2010

Carta de Amor

"E desde então viveram felizes para sempre". Assim terminava aquele livro naquela manhã nublada de um domingo pré-primavera. Era um momento em que me afogava em meus próprios achares e minhas próprias incertezas.
Em mente, lembrei de estar repousando em saudades suas. Lembrei-me de quanto o amor perfuma o quarto e de como uma voz sublime e um olhar pode dilacerar a seriedade estampada em meu rosto.
Foi difícil para mim aceitar, de início, o fato de que começava ali a esquecer da vida ao ver teu rosto.
Desculpe se sou lúdico o bastante para ser chato, mas a vida é assim mesmo. E olhando por esta janela, com esse naco de papel em mãos e a caneta deslisando sobre, te digo com certeza que te quero além de mim.

19 de setembro de 2010

Formadores de Opinião

A sub-popularidade é mesmo assim,
Apenas poucos caracteres anestésicos.
Uma morfina em nosso agitado ego.
Sem rimas, sem prosas ou mesmo diálogos.

Uma janela de vidro enfumaçado,
Um perfil de palavras auto-idealizadas
E, com hífen ou sem,
Conectam expressões de sentido duvidoso.

Um soco mórbido de censura
Um olhar de umbigo em críticas desmotivadoras
Expostas em perfis públicos sub-valorizados

16 de setembro de 2010

Frase de quinta#003

"Escrever, para mim é mais que um vício, é uma paixão. Para mim, escrever é um libertar, meu eterno refúgio, onde jamais vão me encontrar."

11 de setembro de 2010

Os sentidos

Foi através do audição, que eu lhe conheci, quando me chamaste pela rua.
Foi através da visão que me encantei pelo teu olhar e pela tua pele rosada.
Foi através do paladar que pude sentir o gosto da tua boca e a delícia de te beijar.
Foi por causa do olfato, que eu pude sentir o delicioso cheiro do teu pescoço,
Mas foi por causa do tato que eu pude lhe tocar, sentir o calor do teu corpo,
A maciez da tua pele e a sensibilidade de tuas entranhas.

10 de setembro de 2010

Vida

Eu viveria o resto da minha vida cercado da natureza,
Sem todo aquele tumulto e agitação da cidade grande,
Ficaria sentado ao pé de uma árvore,
Sem nenhuma pressa de ir embora,
Sem dar importância para o tempo.

Talvez fosse só você e eu para todo o sempre,
Eu lhe fazendo feliz e você me amando,
Assim mesmo, como sonhávamos,
Eu poderia passar o resto da minha vida aqui,
Sentado, debaixo desta macieira,
Ouvindo a canção que a natureza cria no silêncio.

O Verme

Toda manha ela passeia com seu cão,
Notavelmente, me ignora.
Esbanja o balançar de seus longos cabelos loiros,
E a belo requebrado de seu quadril.

Ela sabe que eu a observo,
Conheço seus passos diários,
E a sua rotina matinal.

Mas de nada me adianta,
Pois sei que para ela,
Eu não passo de um verme.

A sinfonia

O cano de descarga sopra forte em tom maior
A vidraça se quebra e marca a introdução ao seu redor
Buzinas, apitos e pneus gritantes
Solos constantes do maestro
Que acena forte, ativo
Não para reger a melodia
Mas sim atravessar em tom passivo

9 de setembro de 2010

#Frasedequinta 002

O fato é dito a muitos, a verdade a poucos. Quanto ao segredo, guardo a mim.

#Frasedodia

Sempre tem um invejoso, pra tentar derrubar nosso tapete!
Mas o meu, eu grudo ao chão.

O Som

Minha guitarra chora um blues que eu não sei tocar
Meu copo de café já não me sacode o cérebro
Mas o choro é gentil e acompanho
Devagar, estranho, criminoso

Sem crimes hediondos em notas descompassadas
Sem subornos de acordes diatônicos
Sem acentos tônicos em estrofes mal rimadas
Mas sim, um som meloso como canções inacabadas

E nessas notas sedutoras de um solo fora do tom
Pergunto-me se gosto do som ou se melhoro assim, assim
Mas a escala não se une e a tônica me mostra o fim.

7 de setembro de 2010

Meiga

Lembro-me dos seus lábios
Da sua pele como um alfajor albino
Que com um doce recheio me cativa mordidas
E me indaga o sabor

Lembro-me também dos dias de sol
E de como a luz do dia envolvia sua alva pele macia
Meus dedos formigavam por tocar-te
Seria meu mar onde, translúcido, eu navegaria

Lembro-me de ti, enfim
Mas assim, não recordo-me apenas
De suas doçuras em meu regime,
Mas também, seu modo travesso em rosto sublime

Já não lhe tenho mais...

Sinto falta do teu afago e do teu peso sobre meu peito.
Sinto falta do teu cheiro, sinto falta do teu desejo, dos seus abraços e beijos.

Sinto falta do teu carinho, da tua mão no meu rosto e da tua pele junto da minha.
Sinto falta de lhe ouvir cantar, do seu doce sussurrar e daquele nosso jeito de amar.

Sinto falta da tua presença, da tua textura. Sinto falta de enjoar da tua face, do teu carinho matinal e de toda aquela nossa ternura.

O segredo do poeta

Escrever poemas, não é uma coisa fácil,
Mas também não é muito difícil.
Basta você aprender a ouvir os seus sentimentos mais profundos,
Os seus sussurros internos.
De nada adianta, pegar papel e caneta,
E não saber o que você mesmo sente.
Botar uma boa musica, e tentar escrever.
Nada! Eu disse que nada vai adiantar
Se você não souber o que é amor.
Não estou falando do amor que você sentiu, por aquela bela garota.
Estou falando do mais puro sentimento
Que com certeza está adormecido ai dentro de você.

Para se escrever um poema, uma poesia,
É preciso deixar as coisas fluírem naturalmente.
As palavras, são como as garotas,
É preciso saber lidar com elas.
As estrofes, são como suas mãos,
Você deve ter cuidado ao coloca-las,
Mas firmeza ao decidir, realmente usa-las.

Vejo seguidamente, diversas tentativas de novos poetas.
Todas em vão, certamente.
Um poeta não nasce através de um rabisco manipulado.
Se as palavras são como as garotas,
Os poemas são como garotas virgens.
Você não pode força-los,
Tem que ter paciência.
É preciso saber esperar,
Pois os poemas são como as virgens.

6 de setembro de 2010

A realidade da poesia

Será que algum dia eu terei a tua amizade de volta?
Será que algum dia eu poderei lhe olhar nos olhos?
Poderei lhe estender a mão com a mesma felicidade de antes?
E ao invés de um olhar frio
E de um cumprimento seco,
Eu terei o teu sorriso
E o teu singelo abraço.

Orgulho é uma coisa que realmente eu não tenho.
Nem sequer ao menos sei o que é.
Você pode até duvidar,
Mas se duvida realmente não me conhece.

Misturo numa só estrofe
Vida real com poesia.
Misturo num único texto
A dor nas palavras
E ânsia da conquista.

Espero realmente ter aquilo
Que já não mais me pertence.
Espero ansiosamente
Por você meu amigo.

3 de setembro de 2010

PROTESTO!

Bom pessoal, desta vez não venho aqui para colocar algum poema,alguma poesia ou algo do gênero.
Vim apenas deixar aqui a minha indignação perante essa "nova linha" da juventude brasileira. Não tenho preconceito com o estilo ou gosto musical de ninguém, mas uma coisa realmente me incomoda.
Eu sou um típico cidadão eclético, gosto muito de boa música, principalmente Rock, MPB e Reggae.
E o que vem me indignando é ver essa "nova galerinha", que usa uma calça extremamente colorida e cabelos estravagantes, se auto intitulando ser "diferentes", o que é mentira, pois todos se vestem iguais.
Bom, deixando a modinha de lado, chego ao motivo de tal protesto:
Além dessa galera dar prêmios(Multishow)importantes a bandas sem nenhum potencial musical(Restart), eles agora insistem em usar a famosa "pulseira do reggae". Detalhe: Eles quanto muito conhecem Bob Marley.
Meus amigos coloridos, por favor retirem esta pulseira de seus corpos.
Não carregue as cores da unificação, simplesmente por moda. Pois tenho certeza que vocês não fazem a mínima ideia de quem foi ao menos Haille Selassie.
Eu uso há anos uma pulseira com as cores da unificação(verde, amarelo e vermelho), mas para mim representa muita coisa.
Esse pessoal colorido (a maioria), põe a pulseira, simplesmente por que o fulaninho bonitinho também tem.

Não usem algo que vocês não sabem o que significa!

2 de setembro de 2010

Sexo ( Ninfomaníaco II )

Calor, suor
Sussurros e berros,
Gemidos e arranhões,
Tudo faz parte da rotina.

A rotina entediante e sexual,
Que limita minha vida,
Sexo e sexo,
Sem olhares e beijos,
Apenas, mordidas e apertões,
Seguido do prazer agonizante,
Que domina minha mente.

Se existe sentimento?
Sim existe!
O sentimento do desejo da carne,
Pois o amor, desconheço!
O carinho?
Nunca tive!
Só tenho o que sempre tive,
A insana vontade,
De nunca parar de transar.

Seduzido

Que corpo é este?
Que me atormenta quando vejo.
Que boca é essa que me hipnotiza,
E me faz pirar.

Aqueles olhos verdes esquivos,
Me deixam ainda mais tentado,
Em lhe ter só pra mim.

Eu poderia possuí-la agora mesmo,
Se tivesse a certeza que o tesão é recíproco,
Ah! Linda morena,
Fico louco ao te ver.

Imagino como você seria,
Sem toda essa roupa,
Sem todo esse mistério.
Trancada num quarto de hotel comigo.

Mas de que forma eu poderia?
Se num simples olhar,
Você me ignora,
E me olha com desprezo.

Briga de Casal

Eu sempre quis fazer desse teu jeio
E agora não dá pra dizer que é brincadeira
Nessa tua cara deslavada em me dizer
Que ficou pensando em mim a noite inteira

Quero dizer agora pra você também
Que ao contrário do que dizem sou sempre o primeiro
A disfarçar o seu olhar que não combina
Com sua cara de quem me dá mole o tempo inteiro

Não! Não me diga mais o que fazer
Não! Não diga que valeu a pena
Vamos brigar aqui na sala meu bem
Pra que no quarto a gente se entenda

1 de setembro de 2010

Recomeçar

... E foi assim que terminou.
Se você não entendeu,
É porque não conhece, não leu,
E não leu, pois não escrevi.

Dada a confusão, eu explico.
Não é necessário conhecer o fim,
Para entender o recomeço.

O recomeço se deu,
No exato momento que eu te vi,
Que te vi ali parada me olhando.
Me olhava com os olhos brilhantes,
E com um sorriso vibrante.

Brilho este que eu não via,
Há muito tempo em teu olhar,
Brilho que ganhou meu coração,
E que sempre me faz suspirar.

Brilho que me faz sufocar,
Que me tira o sono,
E me faz te amar.

Aquela brisa

O vento que devasta,
O vento que assopra,
O vento que derruba,
E que também abafa.
Tem o vento que esquenta,
Tem o vento que esfria,
E tem também aquele que arrepia.

Tem o vento que é brisa,
A brisa leve do olhar,
A brisa que te acalma,
Que te eleva no ar,
A brisa que alivia a tensão,
Que te tira do mundo,
A brisa que chega,
Depois de uma leve pressão.