31 de julho de 2010

Moleza

A noite chegou até nós afinal.
Depois de uma longa tarde chuvosa.
Tarde essa ancorada na preguiça comum,
Imóvel, sem incentivo algum.

A vontade não me foge,
Mas a preguiça me atormenta.
Como posso eu estatizar?
Como posso eu resistir?

No mínimo, lamentável
Fixar-me aqui com minha vontade,
Mas que na morosidade é solúvel.

30 de julho de 2010

Falta o principal

Com a ponta do lápis
Eu rabisco o papel,
Rabisco, rabisco,
Apago,
E novamente rabisco.

Nada que escrevo parece ter fundamento,
Minha mente voa, para tentar buscar inspiração,
E nada!

Me desespero ao tentar encontrar,
Encontrar a formula certa para criar,
Criar alguma maneira,
Para que eu possa lhe ter novamente.

Escrever, escrever,
Passam horas, passam dias,
E tudo que eu quero é escrever.

Tenho tudo que preciso,
Ou melhor quase tudo.
Tenho lápis, borracha e papel,
Me falta apenas,
A inspiração.

29 de julho de 2010

O Quadro

Vitor olhava incessante para o quadro na parede. Quadro este que sua mãe comprara ontem e, até agora, ele não conseguia enchergar beleza tal que pudesse ele se motivar a comprar. Pensava ele se o fato de ser daltônico o privaria de apreciar uma bela obra.
Decidiu pintar o seu próprio, partindo da idéia de ser subjetivo, viu a facilidade com que o pincel percorria a tela e desenhava um belo traço de uma cor qualquer que ele havia pingado na tela.
Por fim se deu a obra. Abstrata, tal como o planejado, pintou algo que não podia ele próprio entender. Chamou-a Mulher.

Cinza

Dia tranquilo de frio em Porto Alegre.
Talvez nem tão alegre quanto poderia.
Talvez nem tão alegre quanto poesia.

Se verdes fossem os parques,
Se azul fosse o céu
E se cinza não fossem os prédios.

Engraçado observar o que se conclui:
O concreto toma conta das almas
E o amado verde diminui.

27 de julho de 2010

Dois amantes

A cumplicidade do meu olhar por teu corpo
Pode ser traduzida em afagos
Carinhos sublimes de amores trocados
Beijos ardentes por bocas coradas

A noite acoberta tais amantes
Como minha voz ao seu ouvido
Chorando carícias em versos
Versando amores calados

Calamos por nosso ardor
Em chamas, em carícias
Dois amantes, mil malícias

26 de julho de 2010

Lua Mulher

Essa luz que atravessa minha janela,
Noite a dentro, ilumina a insensatez.
Para mim, uma madrugada em claro sem dormir.
O véu sensual que cobre teu corpo talvez.

Ah a bela lua enevoada.
Num lindo céu sem estrelas,
Pois caíram em forma renovada,
De corpos femininos em suas formas belas.

Lindas estrelas brilhantes sem luz
Lindas mulheres escravizantes
De corações comuns e descompassantes

25 de julho de 2010

Enjurias do amor

Chega de melancolia.
Basta de tristeza dentro de mim.
Sério? A quem consigo mentir?
Se não engano nem a mim mesmo

Mentirei a quem então?
Esconder que meu peito se afoga em solidão.
Num mar de luxúrias despedaçadas
Vou navegar meu barco a esmo.

Para meu barco, você é a praia.
Só assim encontro eu mesmo.

Dificuldades

O sol de verão dá sua amostra no inverno
O dia clareia junto a ele.
As núvens dispersam e o calor é terno
Melhor se fosse eterno, ou não.
Não quero ficar sozinho com minha mágoa
Num lindo dia de quase verão.

Continua Obsessão

Em dias tão cinzas,
com noites, tão frias e caladas,
e mesmo, em meio à neblina,
só vejo você.

Adentrando a madrugada,
minha mente perturbada,
por não conseguir parar,
de pensar em você.

Me deito na cama,
me reviro pela casa,
mas você não sai da minha cabeça,´
é inevitável,
pensar.

No céu, espreita o primeiro raio de sol,
mas na minha mente,
a perturbação toma conta.
Agora sei que acabei de enlouquecer,
por apenas conseguir pensar em você.


Por Vinícius Borges e Karine Refatti

A escolha

Compartilhe teus medos comigo,
Pois só assim lhe mostrarei,
Que o medo,
Não existe!
O medo,
é apenas mais uma palavra,
Assim como a coragem,
Cabe a você decidir,
Qual palavra lhe é mais favorável.

22 de julho de 2010

Preguiça Digital

Atualidade é pensar menos
Limitar ideias
Evitar contratempos
Subestimar o próximo
Massagear egos
Resumir conselhos
E tudo isso, ainda espremidos
Em cento e quarenta caracteres.

Veranico

Céu limpo,
Afinal, é domingo de sol quente.
Veranico de sombras e mate.
Típico dia em Porto Alegre
Depois dum mês de chuva amarga.

Facilmente sorridente,
Assisto a terra desmolhando.
A fonte espirra aguardente
E a sombra ali, esquentando.

Dia quente, inverno frio.
Sombra, vinho e redenção
E por ai horas a fio,
Esquento um pouco o coração.

A menina na chuva

Naquela tarde, como chovia!
me lembro que la fora a chuva caía,
sem parar.

Me lembro que tu brincava,
em meio ao barro e a água,
com um sorriso, no qual não se vê mais nos dias de hoje,
era somente você e ela.

Ah! que saudades eu sinto de lhe ver sorrindo,
que saudades eu sinto, de lhe ver brincando,
Anos se passaram, e você cresceu,
deixaste de ser, aquela pequena e sorridente criança,
Deixaste de ver o mundo, como um eterno parque de diversões.

Teu sorriso já não é mais tão voluntário,
tua felicidade já não é mais tão espontânea,
hoje você vê o mundo, como uma grande selva.

A vida não foi fácil para você,
deixaste tantas coisas,
deixaste de sonhar,
mas nunca deixara de ser,
a minha menina.

21 de julho de 2010

Vidas passadas

Será que vai ser sempre assim?
Vida após vida, venho tentando lhe conquistar,
Mas devo falhar em algo,
Pois não sei se a terei nesta vida,
Ou terei de voltar novamente,
Para ter o seu amor.

Passamos anos afastados um do outro,
Mas quando nos reencontramos,
É sempre a mesma sensação,
Um aperto no peito,
E uma vontade de lhe abraçar,
Sem nunca ter a visto nesta vida.

Teu rosto muda,
Mas teus olhos permanecem os mesmos,
Com o mesmo olhar, que me cativa,
E me faz te amar, perdidamente,
Toda vez que lhe encontro.

Não quero perde-la novamente,
Quero você comigo, para sempre.
Talvez nossos destinos sejam estes,
Talvez nossa sina,
Seja provar vida após vida,
O quanto nosso amor é verdadeiro,
Tão verdadeiro, que não me canso de reconquista-la

Para os preguiçosos#

Ler,
Ato, cometido por poucos,
Infelizmente.
Alguns o fazem,
Porém, se o texto é grande,
Logo se cansam,
Pois bem,
Aqui está um textículo,
Para todos aqueles que não tem a paciência,
De cometer um ato tão belo, e agradável.

Amor controlado

Quando esqueço minha boca em tua boca,
Em longos momentos de amor,
Me sinto completo,
Sinto que naquele momento não me falta nada,
Não me falta água, nem comida,
Pois me alimento de amor.

Quando me agarro em ti,
E te tenho em meus braços,
Não preciso de mais nada,
Faça o frio que fizer,
Caia a chuva que cair,
Estando contigo,
Estou aquecido e protegido da chuva.

Quando estamos juntos,
Não me importo com as horas,
Pois se estou com você,
Tenho o tempo em minhas mãos.

Janela

A abelha pousa na flor
Num movimento sublime.
Atravessa a janela
Aberta aos ventos.
Interessante observar os insetos
E sua maneira simples
De viverem sempre desatentos.

Perfume

As vezes, em meio a escuridão da noite,
Sinto seu perfume,
Não sei de onde vem,
Mas é como se você estivesse ao meu lado.

O perfume que sinto,
Não é nenhum perfume qualquer,
E sim, o do teu corpo,
Teu corpo suado,
No qual eu adoro deitar.

Saudades de lhe ter aqui na cama,
De lhe ouvir dizer que me ama,
Para mim, nada restou,
Você se foi, sem dizer adeus.

Perdi teu corpo ao meu lado,
Teu carinho,
Teus beijos,
E teu peito suado.

Para mim, nada restou,
Pois de ti a única coisa que sobrou,
Foi o perfume no ar.

20 de julho de 2010

Afeto

Me sinto esquisito,
É um aperto,
Uma angustia que eu sinto.
Mas fiquei assim, depois do nosso adeus.
Não sei explicar ao certo,
O que sinto,
Só sei que longe de você,
Minha boca seca,
Meu coração palpita,
E meu corpo anseia pelo calor do teu.

Ao fechar meus olhos,
Imagino você,
Sorrindo magnificamente para mim,
Sorriso este, que vem acompanhado de lindos olhos.
Olhos que me cegam,
E me fazem sonhar,
Sonhar com um futuro, talvez não tão distante.

18 de julho de 2010

Sala de espelhos

Caminho pela terra,
Com pés cansados.
Pés que já rodaram muito.

Rodaram sem saber ao certo,
aonde teriam que chegar.

Hoje não sei aonde estou,
Nem mesmo sei, quem sou.
Me perdi em meio a tantas, andanças.

Ao me olhar no espelho,
Não me vejo.
Vejo um outro,
No qual, tenho medo de olhar.

Medo de olhar,
E ter a certeza, de que este outro,
Na verdade sou eu.

Me embaraço em palavras,
Tropeço nas letras.
E encontro você nos meus mais escuros pensamentos.

Não, não , não !
Minha mente grita.
Meus poros, exalam um suor contido a anos.
Não sei aonde estou,
Me sinto preso a uma sala de espelhos,
No qual, não descubro onde está minha verdadeira imagem.

16 de julho de 2010

Jessica

Já pensou se fosse eu um poeta?
E descrevesse você em simples versos?
Seriam apenas nossos desejos escritos.
Seriam somente nossos corpos desnudos.
Instantaneamente algemados.
Compactuantes sem medos
Abençoados por cupidos.

15 de julho de 2010

As mentes perturbadas

O colapso mental dos sentidos,
Acontece quando tentamos distinguir palavras diversas.
Efeitos adversos, sobre simples versos às avessas.
Mas ainda continuo tentando encontrar o porquê
Ou seria porque?
Na verdade nem sei o quê.
Nem entendo as palavras que,
Assim como as mulheres,
Dificultam o entendimento de quem as lê.
Mais ou menos assim, tudo muito demodê.

14 de julho de 2010

O Patinho Feio

Era uma vez um patinho,
Por muitos chamado de feio.
Discriminado, tadinho,
Por todos pertencentes à direita.
Esquerdista por tradição,
Dificilmente trairia sua nação.
Mas sua imagem ainda era de esquerda.
Ainda era de bicho-papão.
Resolveu então inovar,
E um publicitário contratar.
O patinho então disse querer ser eleito.
Mas sem se converter ao lado direito.
Mostrou então aos outros patos da lagoa
Que suas razões era totalmente boas.
Mas hoje, o patinho já eleito,
Virou cisne e nada mais atinge seu peito.
É taxado de Deus e milagreiro,
Mas a miséria continua
Para o povo eleitoreiro.

12 de julho de 2010

Você me faz tão bem!

Ah como você me faz bem,
Com as tuas poesias, você me cativa e me emociona,
Com as tuas cantorias, você me faz feliz,
Com os teus elogios, deixa-me envergonhada,
Como a tua inteligência, deixa-me fascinada,
Com a tua gana por vida e liberdade, faz com que eu as sinta também,
Com a tua luta, deixa-me “assustada”, porém, interessada.

Nome de poeta, alma de aventureiro,
No teu corpo habita um espírito de guerreiro.
Às vezes certo de si, outras confuso,
Às vezes decifrável, outras uma incógnita.

Quem és tu, poeta, que tenta conquistar-me?
Não o conheço bem, mas sinto como se o conhecesse há séculos,
Estranho sentimento de familiaridade, coisa que nunca senti em tão pouco tempo.
A única certeza que tenho, é que você me faz tão bem.

_______________________________________
Autoria de Karine Refatti

6 de julho de 2010

Ela é como o vento

Me persegue pelas ruas,
Sorrateiramente.
Invade meu corpo sem permissão.
Me percorre todo em segundos,
Não consigo fugir,
Mas ao mesmo tempo,
Eu não tento.

Se fecho meus olhos,
Posso senti-la.
Se os abro, não a vejo.
Meu corpo fica arrepiado com tua presença,
Fica inerte,
E ao mesmo tempo trêmulo,
Numa ânsia de senti-la por completa.

Mas não posso tocá-la
Apenas sei que estás aqui.
Vezes fria, outra um tanto quente,
Como uma brisa de verão.

Me deixe tocá-la
Ao menos uma vez.

Após a chuva

Após a chuva...

...Fica o cheiro de terra,
O cheiro das flores,
E o desejo de amar.

Após a chuva fica,
O barro no calçado,
O tempero no céu,
O brilho do véu,
E a umidade no ar.

Após a chuva fica,
A gota nos óculos,
O pingo no corpo,
E a vontade de sonhar.

Cores bonitas

"Uma amizade colorida é sempre bom,
Ainda mais quando se nela, tem as cores azul e amarelo.
Azul dos teus olhos cor de mar,
Que me fazem navegar na imensidão da tua mente,
E amarelo dos teus cabelos loiros,
Que me iluminam, os olhos,
Refletindo teu brilho interior".

4 de julho de 2010

Please, Please

Estou sufocado e preso a você,
Mas não quero
Me deixe ir.
Por favor!

Não me mantenha prisioneiro a este amor,
Preciso respirar,
Por favor, por favor!

Poeta amador (um verso pra você)

Eu te amo baby!!
Te amo com cada parte do meu corpo,
Te amo com a mesma intensidade com que toco.

Te amo cada vez mais,
E a cada vez, mais te amo.

Sou um poeta amador,
Que ama sem pudor.
E que vai te amar,
Na saúde e na doença
Na paixão ou no amor.

Dias

A cada dia que passa
é um dia a menos,
Um dia a menos em minha vida.
Pois não tenho mais você aqui.

A cada dia que passa,
é um dia a mais.
Um dia a mais, a acrescentar na minha solidão.

Dia após dia,
Eu morro,
Mas ressucito.
Morro por não te ter,
E ressucito para lhe ver.

Frase#

"As vezes acho que você não existe
Outras acho que só existe você".



Frase dedicada e inspirada em Karine Refatti.