9 de setembro de 2010

O Som

Minha guitarra chora um blues que eu não sei tocar
Meu copo de café já não me sacode o cérebro
Mas o choro é gentil e acompanho
Devagar, estranho, criminoso

Sem crimes hediondos em notas descompassadas
Sem subornos de acordes diatônicos
Sem acentos tônicos em estrofes mal rimadas
Mas sim, um som meloso como canções inacabadas

E nessas notas sedutoras de um solo fora do tom
Pergunto-me se gosto do som ou se melhoro assim, assim
Mas a escala não se une e a tônica me mostra o fim.

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