3 de abril de 2009

Coletivo

Quando crescer quero ser poeta.
Levar a vida sempre mansa.
Uma vida, que mesmo sempre comum e clichê,
Andando apenas de ônibus,
Pensando bem, carros pra quê?

Pela janela posso versar
Em forma de prosa sobre a prosa com a pessoa no banco vizinho.
Talvez versar sobre um pedestre fora da faixa
Sobre o namoro no ponto
Ou sobre o olhar incrédulo do passageiro
Ao ver em cima do poste um passarinho.

Se posso escrever de dentro pra fora do coletivo
Por que não o contrário?
De fora pra dentro talvez fosse interessante.
Sobre quando estou na parada
E meu olhar se cruza com uma bela mulher em um pequeno instante.

De pequenas palavras em simples frases
Descrevo o ônibus inteiro em meia viajem
E se eu fosse de carro?
Não teria nem metade desta bagagem.

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